Nem sempre a convivência entre o velho e o novo é benéfica. Às vezes é preciso se desfazer de algumas coisas para que as novas possam entrar. Só assim, as novidades terão sua leveza e seu frescor valorizados.
A prática do desapego ou destralhe é bem recente. Talvez por isso muitas pessoas ainda tenham uma certa resistência a essa prática que pode ser tão boa para que conseguir incorporá-la em sua vida.
Tudo começa quando vemos um velho objeto nosso e fazemos uma simples pergunta: “Eu ainda preciso disso?” ou “Será que ainda vou usar isso de novo?”. Fazer esse exercício de pensamento é o primeiro passo para incorporar essa nova consciência. e é sobre isso que vamos falar ao longo desse artigo.
Eu, destralhar? Por quê?
Sabe a sensação de estar preso dentro de uma caixa toda escura e sem muito espaço? Não deve ser das mais confortáveis, não é mesmo? Se tornar um acumulador faz com que passemos a morar dentro de verdadeiras caixas cheias de tralhas, sem espaço e sem muito ar para respirar. Uma energia um tanto quanto negativa, não é mesmo?
Você se sente confortável dentro do elevador? Se você é como eu, provavelmente não. Aquele espaço apertado, fechado e escuro não me passa uma vibe positiva. Quando acumulamos muitas coisas, transformamos a nossa casa em verdadeiros “elevadores” e acabamos recebendo a mesma vibe negativa.
Segundo a blogueira Camile Carvalho (Vida Minimalista), o acumulador acaba tendo um custo muito mais alto por precisar ter um espaço bem maior e um custo bem mais alto com limpeza e manutenção só por ter que manter seus “mimos” por perto. Uma opinião que eu, particularmente, concordo.
Destralhar não fica apenas naquela coisa de se desfazer do que não nos serve mais. também passa por exercitar um desapego um pouco mais amplo. É preciso pensar em objetos que não lhe dão mais aquele “tesão” ao usar, sendo deixado de lado, mesmo sendo novo.
Com que frequência preciso destralhar?
Não há uma regra em relação a essa frequência. É preciso adequar esse hábito a sua rotina e seu estilo atual de vida. Mas minha sugestão é que se faça de 6 em 6 meses ou, pelo menos, 1 vez ao ano. Porém, em alguns casos, podemos aproveitar a oportunidade e fazer o destralhe fora de “época”.
- Troca de imóvel ou reforma;
- Chegada ou saída de um membro da casa;
- Troca de emprego;
- Quando as coisas não vão bem.
O destralhe pode se tornar algo menos grandioso se nos acostumarmos a fazer algo simples, mas com um grande efeito. Sempre que comprar algo novo, se desfaça de um objeto semelhante mais antigo.
Como faço um destralhe?
Existem algumas formas de se fazer esse destralhe. Inclusive, trago aqui para vocês algumas técnicas que podem ser incorporadas a sua rotina, sem muito esforço.
Técnica da simulação da mudança
Desmonte todo seu cômodo, tirando tudo do lugar como se fosse se mudar. Assim que isso for feito, vá organizando tudo novamente, vendo o que cabe ou não nos lugares deixando somente o que for necessário. O ideal é fazer um cômodo por vez para não trazer o caos generalizado a sua casa.
O passo a passo da técnica da simulação da mudança é:
- Tirar TUDO que for possível do cômodo
- Fazer uma boa faxina
- Apreciar a disposição dos móveis (Mudar de vez em quando a perspectiva das coisas estimula o cérebro)
- Avaliar o que fica e o que vai embora
- Limpar e colocar individualmente cada item que ficou no seu novo local
Essa técnica ajuda muito a você perceber o seu momento atual, repensar a disposição dos objetos e sua utilidade dentro da casa. Inclusive, um objeto pode ter novas funções simplesmente por terem sido trocados de lugar. Entender esse giro das coisas só tem coisas positivas a agregar em sua vida.
Técnica do apartamento pequeno
Nesse caso, temos que pensar, mor maior que seja nossa casa, que moramos em um espaço apertado. Precisando obrigatoriamente, descartar 20% de tudo aquilo que nos ocupa muito espaço. Ou seja, a cada 10 ítens, 2 precisam ter um novo destino.
Nível Avançado de Destralhe (Técnica do “deixe ir” ou desapego)
Todos nós temos aqueles objetos que amamos mais que tudo. E, por isso, seja ainda mais difícil praticar o desapego. Mas é preciso colocar uma coisa me mente, será que eles ainda são úteis para mim? Será que são tão importantes em minha vida quanto a 1 ano atrás?
Por mais que ainda haja amor por determinados objetos, precisamos perceber o quanto eles passam a ser relevantes em nossas vidas ou o quanto de valor agregado ainda pode ser gerado com a presença deles em nossas vidas.
Entender que alguns objetos podem ser ainda mais importantes em uma nova casa traz uma sensação de alívio tão grande, que só quem experimenta consegue entender. Começar a fazer esse exercício é algo incomparável, vale a pena experimentar.